RESENHA: NÃO SE APEGA, NÃO - ISABELA FREITAS

Sobre o livro:

Autor: Isabela Freitas
Editora: Intrínseca 
Páginas: 256
Gêneros: Romance

Sinopse: 
Tudo começa com um ponto-final: a decisão de terminar um namoro de dois anos com Gustavo, o namorado dos sonhos de toda garota. As amigas acharam que Isabela tinha enlouquecido, porque, afinal de contas, eles formavam um casal PER-FEI-TO! Mas por trás das aparências existia uma menina infeliz, disposta a assumir as consequências pela decisão de ficar sozinha. Estava na hora de resgatar o amor-próprio, a autoconfiança e entrar em contato com seus próprios desejos.

Parece fácil, mas atrapalhada do jeito que é, Isabela precisa primeiro lidar com o assédio de um primo gostosão, das tentações da balada e, principalmente, entender que o príncipe encantado é artigo em falta no mercado.

Isabela Freitas, em seu primeiro livro, narra os percalços vividos por sua personagem para encarar a vida e não se apegar ao que não presta, ainda assim, preservando seu lado romântico.

Resenha:

O livro se passa em Juiz de Fora, MG, onde a personagem principal é a própria autora. Na história Isabela expõe, de uma forma divertida e engraçada, as dificuldades que a Bela/Bebela/Isa, 22 anos, passou para desapegar de tudo aquilo que não presta e encarar a vida de outra forma.

Infeliz em seu namoro, Isa decide acabar com o relacionamento de dois anos que mantinha com o seu namorado Gustavo. Gustavo era “um garoto nem tão bonito, nem tão feio, estatura média, 1,75m, cabelos e olhos castanhos”, porém egoísta e ciumento. A personagem é questionada várias vezes sobre o término do namoro, já que todos achavam que os dois formavam um casal perfeito.

"[...] "Casais perfeitos" existem em todos os cantos, desde Juiz de Fora, onde moro, até os confins do mundo. E eles estão sempre ali para lembrar como os "solitários" são "infelizes". Olhe pro lado, isso, aposto que você está vendo um deles. Casais que se sentam à mesa de restaurantes, sorriem, são discretos, conversam educadamente um com o outro e, de vez em quando, dão as mãos na hora de ir embora. Alguns arriscam até um beijinho tímido. Chega a dar inveja, não é mesmo? Que nada! Quer saber um segredo? A maioria desses casais não se suporta, convenhamos. Às vezes, a mulher está planejando um modo de colocar veneno na comida do marido, e ele pensando na amante que o aguarda mais tarde naquele motel barato. Vai saber? Não é porque sorriem, se beijam e andam de mãos dadas que são felizes.[...]" 

Após o término, Bebela começa a se perguntar o verdadeiro “por que” de ter insistido tanto tempo em uma coisa que, em seu ver, não passava de uma perda de tempo e se prepara para encarar as consequências da vida de solteira, tentando aceitar o fato de que príncipe encantado não existe.

“Qual o problema de ficar sozinha? Que me desculpe o criador da frase ‘você deve encontrar a metade da sua laranja’. Calma lá, amigo. Eu nem gosto de laranja.”

Ao longo do livro, a autora me fez refletir em diversas partes, em especial quando ela diz que os casais mantém uma relação por medo de ficarem sozinhos. Hoje em dia, as pessoas namoram apenas por status, por medo da solidão ou simplesmente porque estão acomodadas com o parceiro.

Para ela, estar solteira é retomar o amor próprio, a autoconfiança e ser forte. A personagem conhece uma nova forma de viver, vendo que ficar sozinha não é tão ruim assim e aprende a lidar com as tentações da balada, as recaídas, a pressão dos conhecidos e o assédio do primo galã.

A escrita da autora é simples, fácil, super divertida e engraçada, li em poucos dias porque tem uma narrativa rápida. A arte é bem legal e já diz tudo o que o livro aborda. A divisão de capítulos traz frases bem legais.

Opinião:

Esse livro apareceu totalmente por acaso na minha vida: ganhei em um sorteio na página da Intrínseca que eu nem sabia que estava participando. Quando chegou, vi que tinha um autógrafo da escritora.

Pelo nome, sinopse e arte gráfica deu pra ver que é um livro voltado às mulheres e logo no início pareceu um pouco com autoajuda, mesmo assim resolvi continuar e me surpreendi.

A autora traz uma história que, mesmo ela tendo negado, não acredito que não seja real. É tudo muito detalhado e só uma pessoa que viveu saberia descrever de tal forma.

Não é um livro que eu recomendo aos homens, é uma visão muito feminina da vida. Muitas mulheres irão se identificar com a história, pois em alguma parte da vida já passaram ou ainda passarão por uma história parecida.